“Tive uma grande luz
de que todos os bens
nos vêm pelo Unigénito de Deus,
nosso Senhor Jesus Cristo.
Que pelos Seus méritos
deviam pedir-se todas as coisas,
e que na sua imitação
estava a nossa salvação e vida.
E não há outro caminho:
este foi o dos santos”.
Santa Rafaela Maria
A Missão e o Espírito do Instituto baseiam-se em cinco vertentes fundamentais:
1. Reparação ao Coração de Jesus – Responder ao amor de Deus com amor
“O chamamento à vida religiosa concretiza-se para nós na missão que o Instituto recebeu da Igreja através das suas Fundadoras: a reparação ao Coração de Jesus. Cristo amou-nos e entregou-se por nós. A reparação é a nossa resposta de amor a Cristo, mediante a comunhão com Ele no seu mistério redentor, que se atualiza na Eucaristia”.
(Constituições,nº2)
Esta entrega radical da nossa vida em resposta ao Amor de Deus e às necessidades do mundo é a nossa forma concreta de estar na Igreja: promover a comunhão e a reconciliação dos homens entre si e com Deus; ajudar a descobrir e a reconstruir a “imagem de Deus” que todos levamos dentro; curar feridas, acompanhar os que sofrem, “fazer a vida feliz aos que nos rodeiam”, como dizia Santa Rafaela; contemplar o Coração de Deus e, nele, aprender a com-padecer, a abraçar compassivamente todas as dores do mundo e a alentar a vida.
“Vivemos a reparação ao Coração de Jesus pela participação plena no mistério eucarístico. A nossa missão, centrada na celebração eucarística, tem como expressões características:
– o culto de adoração à Presença de Cristo
– a ação apostólica da educação evangelizadora”.(Constituições, nº 3)
2. A Eucaristia, no coração da nossa vida.
“A Eucaristia, memorial da nossa redenção, realiza a transformação misericordiosa e salvadora do mundo no coração do homem. Por isso, o Instituto põe no coração da sua vida e da sua missão a celebração eucarística, fonte de graça e cume de toda a atividade da Igreja, manifestação do amor até ao extremo e festa de comunhão fraterna. E prolonga a graça da celebração pela exposição do Santíssimo”.
(Constituições, nº 4)
A Eucaristia, celebrada e vivida pelas Escravas todos os dias, e prolongada na Adoração Eucarística, é motor que dinamiza e que faz aumentar em nós o desejo de viver uma vida plena, uma vida de entrega até ao fim, para que “todos O conheçam e O amem” e para que a Humanidade inteira, sem exceção, possa sentar-se à mesa de
Deus, com a dignidade que Ele, desde sempre, lhe concedeu. Com razão escreveu uma das primeiras Escravas que “a Eucaristia é a vida do Instituto como a raiz é a vida da árvore”.
3. Espiritualidade Inaciana
“A espiritualidade inaciana está na base do Instituto e deu a este um modo de ser próprio na realização do seu carisma. As suas linhas fundamentais marcam o nosso ser e as nossas obras, orientando-nos a buscar a Deus em todas as coisas, e a ser, nas suas mãos, instrumentos dóceis ao serviço do Reino”.
(Constituições, nº 14)
Os Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola, autêntica escola de afeto e oração, e momento privilegiado de encontro com Cristo, que fazemos uma vez por ano, são um instrumento valioso para viver em atitude de discernimento e centradas em amar e servir a Deus com maior fidelidade.
4. Ação apostólica, comunhão com Cristo na sua vida e missão
“A nossa missão reparadora, o dinamismo vital da Eucaristia e a mensagem evangélica que anunciamos, impelem-nos a trabalhar pela justiça no amor e a manter viva a preferência pelos pobres que tiveram as nossas Fundadoras. Seja qual for o lugar que ocupemos ou grupo social com que trabalhemos, queremos tornar-nos solidárias com a humanidade sofredora, na qual Cristo continua a sofrer pobreza, opressão e desamor”.
(Constituições, nº 6)
A contemplação da entrega “até ao fim” de Jesus Cristo e o inconformismo perante as injustiças do mundo e o sofrimento de tantos homens e mulheres levam-nos a desejar entregar a vida para colaborar com Cristo na construção de um mundo mais justo e mais humano, onde todos se sintam verdadeiramente irmãos, filhos de um Pai Bondoso e Misericordioso.
“A ação apostólica própria do Instituto é a educação evangelizadora que inclui a promoção do ser humano, o anúncio do evangelho e a ajuda para uma interiorização pessoal e comunitária da fé. […]”.
(Constituições, nº 7)
Educar, para uma Escrava, é ajudar a crescer, ajudar a descobrir e potenciar o tesouro que todos temos dentro, toda a riqueza que podemos pôr ao serviço dos que nos rodeiam; educar é promover e acompanhar, aprender a ver o positivo de cada pessoa e situação, mas também aliviar sofrimentos e curar feridas… é amar o Outro com a sua história e nas circunstâncias pessoais e concretas; é ajudá-lo a descobrir, em todos os momentos, a sua identidade mais profunda: ser filho ou filha muito amado de Deus, irmão ou irmã de toda a Humanidade.
A nossa missão educativa e reparadora expressa-se em escolas e colégios, mas não se esgota neles: vivemos a educação evangelizadora em bairros sociais, paróquias, centros de espiritualidade, residências universitárias, centros de saúde… e em qualquer outra missão que responda às necessidades mais urgentes do nosso mundo!
5. Um corpo para a missão – Comunidade e Universalidade
“A missão que a Igreja confiou ao Instituto une todos os seus membros formando um só corpo e dá sentido apostólico a tudo quanto nós, as Escravas, somos, fazemos e padecemos.
A nossa pertença a este corpo apostólico vive-se na comunidade, tornando-nos responsáveis da sua missão a partir da tarefa que nos é encomendada”
(Constituições, nº 12).
Sentimo-nos chamadas a partilhar a mesma missão e queremos situar-nos na vida procurando a comunhão e empenhando-nos em construí-la onde ela não existe. Reconhecendo a riqueza da diversidade, queremos dar testemunho, neste mundo fragmentado e dividido, de que é possível a comunhão para além dos vínculos de sangue, nacionalidade e cultura.
Na comunidade, encontramos o estímulo para viver a nossa missão reparadora, com um coração universal; partilhamos o que somos e o que temos, o que vivemos e padecemos, conscientes de que formamos um só Corpo para a missão; encontramos ajuda para viver com maior radicalidade a nossa consagração, apoiando-nos umas às outras e criando laços de carinho, confiança e liberdade que nos permitem manter a fidelidade a Deus e ao Seu projeto para cada uma e para o Instituto.
“O Instituto, universal como a Igreja, esforça-se por estender a Boa Nova do Reino ‘em qualquer parte do mundo onde se espere maior serviço de Deus e ajuda das almas’. Viveremos o gozo da nossa vocação sem fronteiras numa disponibilidade real para trabalhar em qualquer país, lugar ou atividade a que o Instituto nos envie”.
(Constituições, nº 13)