Deus quer ser em nós, pobremente… sem os apêndices de santidade que tornam as almas admiráveis…
É o próprio Deus que quer ser o único centro do nosso coração e deseja ser Ele o nosso gozo…
Deus quer ser o principio de tudo o que há em nós de santo… e, para isso, tudo o que depende de nós e da nossa fidelidade activa, é muito pequeno e contrário à santidade…
Em nós não pode haver nada de grande aos olhos de Deus, a não ser que seja por via passiva… Assim, não pensemos mais nisso…
Deixemos a Deus o cuidado da nossa santidade…
Ele conhece os meios… Eles dependem de uma protecção e de uma operação singular da Sua Providência…
Normalmente, estes meios realizam-se sem que os vejamos… e por isso mesmo nos desagradam… e nunca são aquilo que esperamos…
Caminhemos em paz nos pequenos deveres da nossa fidelidade activa, sem aspirar aos grandes… Porque Deus não se nos quer dar pelos nossos cuidados…
Nós seremos os santos de Deus, da Sua graça e da Sua Providência especial… Ele sabe o posto que nos quer dar… Deixemo-lo fazer…
… e sem formarmos, daqui em diante, falsas ideias e inúteis sistemas de santidade, contentemo-nos em ama-l’O sem cessar,… caminhando com simplicidade pelo caminho que Ele nos traçou… e onde tudo é tão pequeno aos nossos olhos e aos olhos do mundo…
ANÓNIMO DO SÉC. XVIII